🏗️ Obras e imagens
A Igreja de Nossa Senhora da Candelária é um ícone do centro do Rio. A igreja original foi construída em 1609 e reformada em 1710. Mas foi em 1775 que ela começou a ganhar os contornos do templo atual. Naquele período e até meados do século XX, a igreja estava cravada no centro da cidade do Rio, ladeada pelo xadrez das ruas estreitas da cidade.
Na década de 1940, no entanto, tudo mudou. A Avenida Presidente Vargas começou a ser construída, os quarteirões de seu entorno foram arrasados e ela se transformou na jóia que coroaria o traçado retilíneo da nova via pública.
Aquilo que era para ser uma glória, entretanto, se transformou em um problema. Primeiro porque ao contrário do bom senso, a igreja está de costas para a avenida, de modo que a apoteose da avenida é anticlimatica. Foi por essa razão que Giuseppe Martinelli, um dos maiores industriais do país, fez uma proposta arrojada: construir uma nova fachada para a igreja em sua parte traseira, girando-a para frente da nova avenida. Ele se comprometeu a financiar toda a obra, cujo modelo do traçado era nada menos do que a Basílica de São Pedro, em Roma. Para o seu contragosto, os técnicos e arquitetos do IPHAN recusaram tal alteração e a obra foi negada. Ainda assim, o problema continuava.
Foi quando o arquiteto Lúcio Costa, então funcionário do SPHAN, planejou outra solução: “esconder a igreja”. Isso mesmo, para Lúcio Costa a solução seria criar uma cortina de árvores de modo que a “Igreja apenas se insinuasse aos passantes, despertando a curiosidade”. Nem uma coisa e nem outra foi feita. E a Candelário continua lá, de costas para a Avenida e de frente para o mar.
Nas fotografias, a Igreja antes da demolição dos quarteirões de seu entorno, a igreja atual, as obras de sua atual fachada e os croquis feitos por Lúcio Costa para escondê-la.
