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São Vicente de Itabirito

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A Igreja do Morro de São Vicente de Itabirito, em Minas Gerais, só podia ser alcançada sobre o dorso de um cavalo. Quando o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) decidiu inventariá-la, então, encontrou-a no coração de um “roçado” de poucos casebres e lavradores. Era 1944. Erguida no século XVIII, a Igreja de São Vicente exibia um aspecto bastante “simples”, sendo repleta de ex-votos mas vazia de “imagens e móveis”. O técnico do SPHAN responsável pelo seu inventário relatou que estas peças teriam sido levadas por “colecionadores”, “ambulantes” ou moradores do local, agora convertidos em “verdadeiros negociantes [das] antiguidades” da Igreja de São Vicente.

Mas o templo estava ruindo. Em 1953, seu tombamento foi formalizado com promessas de restauração: seu valor histórico e artístico justificaria as obras, compreendeu o SPHAN. Contudo, se as reformas foram realizadas, não foram suficientes para assegurar a salvação da Igreja de São Vicente. Em 1960, a construção já havia ido abaixo e sido substituída por outra — que, dentro de alguns anos, também seria entregue à decadência —, erguida sobre suas ruínas. Foram décadas até que o SPHAN descobrisse sobre a empreitada e cancelasse, de pronto, o tombamento de 1953. A justificativa do órgão foi a “ausência de materialidade [da antiga Igreja de São Vicente] decorrente do seu perecimento”.

Hoje, em Itabirito, restam as ruínas dos templos perdidos. Ainda se distingue o contorno de uma fachada contra a vegetação dominante, mas não se sabe o destino das imagens, pinturas e demais peças do seu acervo.

Fonte: Arquivo Central do IPHAN, proc. 469-T-1953 (Igreja de São Vicente).

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