Rodrigo Toniol é antropólogo e professor do Departamento de Antropologia Cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde também atua como professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA). Coordena o grupo de pesquisa Passagens, vinculado ao IFCS/UFRJ e ao CNPq, que desenvolve investigações nas margens entre religião, espiritualidade, saúde e ciência. É colaborador do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Unicamp.
É bolsista de produtividade do CNPq, Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ) e membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências. Atualmente realiza estudos de pós-doutorado na Universidade de Leipzig (Alemanha).
Foi pesquisador visitante na Universidade Autônoma de Barcelona (Espanha), na Universidade de Coimbra (Portugal), na Universidade de Roma Tre (Itália), no CIESAS/Guadalajara (México) e na Universidade de Utrecht (Holanda), onde também realizou estágio de pós-doutorado no Departamento de Filosofia e Estudos da Religião. Parte de seu doutoramento foi realizado no programa de antropologia da University of California San Diego (EUA).
Graduado em Ciências Sociais, mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
É colunista da Folha de S.Paulo, onde escreve sobre religião, cultura e sociedade. Atua principalmente nos campos da religião, espiritualidade e saúde, com contribuições também nas áreas de ciência, materialidades e teoria antropológica.
É editor associado dos periódicos Sociologia & Antropologia, Debates do NER e PLOS ONE, além de integrar o Conselho Editorial da revista Mana. Foi presidente da Associação de Ciências Sociais da Religião do Mercosul (ACSRM, 2018–2022) e membro da Comissão Editorial de Livros da Associação Brasileira de Antropologia (ABA). Foi também Jovem Pesquisador da FAPESP.
É autor dos livros On the Nature Trail (Nova Science Publishers, 2015), Do espírito na saúde (LiberArs, 2018), Espiritualidade Incorporada (Zouk, 2022) e Uma Encruzilhada Modernista (Zouk, 2023). Atuou como editor de seção da primeira edição da Encyclopedia of Latin American Religions (Springer) e, atualmente, coordena sua segunda edição na condição de editor-chefe.
Organizou, entre outras, as seguintes obras coletivas: Conservadorismos, Fascismos e Fundamentalismos (Ed. Unicamp, 2018), Como as coisas importam (UFRGS, 2019), Cientistas Sociais e o Coronavírus (Anpocs, 2020), Entre trópicos (Casa Chata, 2018), Religião e Materialidades (Papéis Selvagens, 2021), E quando a limonada antropológica azeda? (Zouk, 2023) e Os Sentidos da Religião (Papéis Selvagens, 2024).
Materialidades Remanescentes: a vida social de objetos religiosos após a demolição de igrejas
Este projeto investiga o destino de materialidades religiosas envolvidas em processos de transformação urbana ao longo do século XX no Brasil. Nosso foco está em igrejas católicas demolidas em diferentes cidades brasileiras, sobretudo em contextos de obras de modernização e reordenamento urbano.
Entre os casos estudados estão as igrejas de São Domingos, São Pedro dos Clérigos e Bom Jesus do Calvário, no centro do Rio de Janeiro, removidas durante a abertura da avenida Presidente Vargas, entre 1939 e 1945. Mas a pesquisa se estende a outros episódios semelhantes em diferentes regiões do país.
As perguntas que nos guiam conectam religião, memória e cidade: o que acontece com os objetos, os fragmentos e os espaços sagrados quando templos são destruídos? Eles são transferidos para outros lugares de culto? Entram no circuito de museus, no mercado de arte ou em edifícios públicos? E os cemitérios anexos — para onde vão os corpos? Como grandes obras civis provocam transformações nos mundos religiosos?
A pesquisa se insere no campo da chamada “virada material” nos estudos da religião e dialoga com a antropologia urbana, os estudos da ciência e da tecnologia e o debate sobre patrimônio. Para isso, trabalha com documentos de diferentes naturezas — fontes oficiais, imprensa, fotografias, plantas, mapas e inventários — reunidos em acervos como o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional, o IPHAN e a Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Este projeto de pesquisa conta com financiamento do CNPq e da FAPERJ.
Catolicismo conservador: redes leigas e disputas públicas no Brasil contemporâneo
Este projeto investiga as formas contemporâneas de expressão do catolicismo conservador no Brasil, com foco na atuação de grupos leigos organizados em redes articuladas nacionalmente. A partir da constatação de que o campo católico permanece como um ator relevante nas disputas políticas e culturais no país, a pesquisa busca compreender como discursos, estratégias e práticas conservadoras se estruturam em torno de temas como sexualidade, gênero, família e liberdade religiosa.
O objetivo é mapear os principais agentes, instituições e repertórios mobilizados por esses grupos, observando suas formas de inserção em diferentes esferas da vida pública — como a produção midiática, o ativismo jurídico, a educação confessional e a interlocução com partidos e representantes políticos. A pesquisa combina etnografia, análise documental e entrevistas para compreender como esses atores constroem legitimidade, constroem alianças (inclusive com setores evangélicos) e disputam a representação do “verdadeiro catolicismo” no espaço público.
O estudo também se debruça sobre as maneiras pelas quais esses grupos respondem às transformações internas da Igreja Católica e às tensões provocadas pela modernidade secular. Trata-se, em suma, de compreender um conservadorismo que é, ao mesmo tempo, antigo e reconfigurado pelas dinâmicas do presente.
Este projeto é realizado em parceria com o Instituto de Estudos da Religião (ISER).
Espiritualidade e saúde: instituições, políticas e práticas clínicas
Este projeto investiga como a espiritualidade tem sido reconhecida e legitimada como uma dimensão da saúde por instituições seculares no Brasil e em âmbito internacional. A pesquisa acompanha os modos como essa categoria tem sido incorporada a discursos técnicos, práticas clínicas, políticas públicas e agendas de pesquisa científica.
A análise está organizada em torno de três eixos principais:
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A clínica, onde observamos como a espiritualidade é integrada às rotinas de atendimento e cuidado;
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As políticas públicas, com foco em programas e diretrizes oficiais que reconhecem a dimensão espiritual como parte do bem-estar e da saúde integral;
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A produção científica, especialmente na área biomédica, onde a espiritualidade tem se tornado objeto sistemático de investigação.
Além de entrevistas e observação de campo, o projeto também realiza pesquisa documental em arquivos de organizações nacionais e internacionais, incluindo documentos técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS) que tratam da espiritualidade como fator relevante nos cuidados em saúde.
O objetivo central é compreender os caminhos pelos quais a espiritualidade se consolida como linguagem legítima em espaços institucionais historicamente marcados por racionalidades biomédicas. A pesquisa também contribui para a reflexão crítica sobre o uso da própria categoria “espiritualidade” nas ciências sociais, ainda pouco debatida de forma sistemática no contexto brasileiro.
Este projeto de pesquisa contou com financiamento do CNPq e da FAPESP.
