🏗 Obras e Imagens
Essa é a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Trata-se de uma das mais antigas edificações religiosas da cidade do Rio de Janeiro, cuja construção ocorreu ainda no século XVI como um anexo ao Hospital da Misericórdia. Agora apertem os cintos porque a história dessa igreja envolve muitos santos e mudanças curiosas.
Originalmente essa igreja era consagrada à Nossa Senhora da Misericórdia e por isso também tinha esse nome.
Não se sabe exatamente quando a Igreja da Misericórdia passou a ser chamada de Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso. O que sabemos com muito mais segurança é que para que a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso fosse colocada na igreja ela teve que tomar o lugar no altar de uma outra santa que já estava por lá: Nossa Senhora de Copacabana.
Com isso era preciso fazer alguma coisa com N.S. de Copacabana, que ficara sem altar. A saída foi construir uma pequena ermida em frente ao mar em um lugar que na época era longíquo e pouco habitado, hoje Copacabana. Essa ermida estava localizada no local atualmente ocupado pelo Forte de Copacabana.
A devoção a N.S. de Copacabana é tributária da presença de peruanos na cidade, que pelo Rio da Prata faziam comércio de prata pelos portos deste lado do continente americano e que consigo traziam imagens religiosas de suas devoções locais, entre elas, Copacabana. A santa original surgiu nas margens do Lago Titicaca onde, no tempo dos Incas, se erguia um importante templo dedicado ao Sol. Esse templo Inca foi destruído pelos espanhóis e em seu lugar foi construída uma igreja católica dedicada a Nossa Senhora das Candeias ou, simplesmente, Candelária.
Mas a devoção local àquela imagem nas margens do Titicaca cresceu e a santa ganhou uma nova identidade, passando a ser chamada de Copacabana, como já era conhecido o lugar.
É por isso que a imagem de N. S. das Candeias e de Copacabana são tão semelhantes, fundamentalmente tratava-se da mesma imagem.
Entre mudanças de nomes, danças de santos, incas e peruanos também podemos conectar a história das igrejas do Rio, que constroem um circuito próprio no qual a Candelária, a Misericórdia e Copacabana são apenas alguns de seus nós.
