próximo

O que ler? Antropologia e Saúde Mental

Indicações de leitura essenciais selecionadas por pesquisadores do grupo Passagens para aprofundar debates em torno de temas contemporâneos e clássicos.

A interface entre Antropologia e Saúde Mental permite uma análise aprofundada das formas como sociedades definem, tratam e institucionalizam a loucura. A etnografia, ao privilegiar a escuta e a observação das experiências individuais e coletivas, revela as dinâmicas sociais, políticas e culturais que permeiam os cuidados em saúde mental, os processos de institucionalização e os desafios da desinstitucionalização. Mais do que investigar práticas e discursos psiquiátricos, esse campo de estudo busca compreender como o sofrimento psíquico é vivenciado e ressignificado em diferentes contextos. As leituras aqui reunidas trazem um panorama abrangente, combinando textos clássicos e contemporâneos que articulam reflexões teóricas e pesquisas etnográficas. Juntos, esses trabalhos oferecem uma visão crítica e aprofundada sobre os modelos de atenção, as formas de subjetivação e os significados sociais da loucura.

Leituras recomendadas:

CANGUILHEM, Georges. The Normal and the Pathological. New York: Zone Books, 1989.

DEL SARTO, Sabrina Melo. Institucionalizados: Uma etnografia da vida social de moradores de um hospital psiquiátrico e asilar. 2020. Dissertação de Mestrado em Antropologia. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

DUARTE, Luiz Fernando Dias. A outra saúde: mental, psicossocial, físico-moral. In: ALVES, Paulo César B.; MINAYO, Maria Cecília de Souza (Orgs.). Saúde e doença – um olhar antropológico. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1994. p. 83-90.

FANON, Franz; AZOULAY, Jacques. A socioterapia numa ala de homens muçulmanos: dificuldades metodológicas. In: FANON, F. Alienação e Liberdade: escritos psiquiátricos. São Paulo: Ubu, 2020. p. 171-193.

GEEST, Van der Sjaak. Is it possible to understand illness and suffering? Medische Antropologie, v. 19, n. 1, p. 9–21, 2015.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. Tradução de Dante Moreira Leite. 7ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001 [1961].

HANSEN, Helena; GUTIERREZ, Kevin J.; GARCIA, Saudi. Rethinking Psychiatry: solutions for a sociogenic crisis. Daedalus, v. 152, n. 4, p. 75-91, 2023. MIT Press. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1162/daed_a_02032.

JENKINS, Janis H. Extraordinary Conditions: Culture and Experience in Mental Illness. University of California Press, 2015.

MALUF, Sônia Weidner; ANDRADE, Ana Paula Müller de. Entre políticas públicas e experiências sociais: impactos da pesquisa etnográfica no campo da saúde mental e suas múltiplas devoluções. Saúde e Sociedade, v. 26, p. 171-182, 2017.

NUNES, Monica de Oliveira. Interseções antropológicas na saúde mental: dos regimes de verdade naturalistas à espessura biopsicossociocultural do adoecimento mental. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 16, n. 43, p. 903–916, 4 dez. 2012.

TAUSSIG, Michael T. Reification and the Consciousness of the Patient. Social Science & Medicine. Part B: Medical Anthropology, v. 14, n. 1, p. 3-13, 1980.

VELHO, Gilberto. Desvio e divergência: uma crítica da patologia social. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

 

blank    Sabrina del Sarto é pesquisadora de pós-dotorado no Passagens.

Newsletter

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *