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Fotografia para adiar o fim do mundo

No dia 26 de novembro, os pesquisadores Júlia Oliveira, do @passagens.ufrj e Vinícius Ieka, do @urbano.ufrj apresentarão na 13ª SIAC a pesquisa “Fotografia para adiar o fim do mundo: religião em questão na produção do espaço urbano entre Rio de Janeiro e São Paulo”, realizada entre igrejas da região da Uruguaiana, no Rio, e no bairro da Liberdade, em São Paulo.

Inspirados pelas reflexões presentes em Ideias para adiar o fim do mundo (Krenak, 2019), conduzimos um ensaio fotográfico narrativo que pretende explorar o diálogo inter-religioso e demonstrar como presenças consideradas como marginais sobrevivem a determinados fins do mundo, ou seja, o fim de perspectivas, representações, rituais e organizações e a sua substituição por outros. Ainda, como mantém suas memórias vivas em meio às transformações e produções do espaço urbano. A partir das Igrejas de Nossa Senhora da Lampadosa e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos (Rio de Janeiro), e da Igreja de Santa Cruz das Almas dos Enforcados e a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos (São Paulo), buscamos enquadrar a religiosidade e as chamadas Irmandades Negras num local de protagonismo no que diz respeito à cultura afro-religiosa no centro do Rio de Janeiro e suas importâncias enquanto a materialização da viva memória de uma população que, para além de seus fins de mundo, esteve ativamente realizando, transformando e reinventando a si e ao espaço urbano. Já no bairro da Liberdade, as igrejas surgem como pontos focais da resistência da memória negra e das ações que buscam uma nova visão, plural e diversa que combata os apagamentos vividos no “bairro oriental” de São Paulo, repensando tanto a história da população negra paulistana quanto as visões e representações da população nipo-brasileira. Assim, pretendemos jogar luz sobre as dimensões de realização e agência destas comunidades no espaço urbano, mostrando que, mesmo diante de múltiplos fins do mundo, é possível encontrar formas de reorganizar diversas tradições e laços para transformar ativamente o espaço urbano.

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